domingo, 21 de agosto de 2011

Amor

Num dia comum,
de tarefas comuns,
o amor tomou a solidão
e fez a vida
consumida,
exaurida,
algo de bom.
Confundiu meus sentimentos
de forma devastadora.
Inquietou minha mente,
atormentou meus sentidos,
despertou meu corpo subtraído
agora, sedento de amor.
Os dias comuns,
de tarefas comuns,
não serão mais iguais.

Para S.

domingo, 14 de agosto de 2011

pelo avesso

sinto-me

impotente,
sem desejos,
sem sonhos.
não avanço,
não consigo,
perco o ânimo,
perco o sentido das coisas.
difícil exprimir este sentimento
de ausência,
de incompletude,
de algo doloroso e mudo.
uma condição de impedimento
que me faz suscetível,
que me aprisiona,
que me destrói e
que me corrói fundo.
essa ferida que nunca cura,
que nunca
sara.
Sinto-me
só.

luto

luto
da forma mais vã,
de luto assentido,
de choro contido.
luto
de um jeito esquisito,
introspectivo,
sem aparente lamento.
luto
de um modo des-dito,
impróprio e ordeiro,
sem nada alcançar.
luto
de uma maneira insana,
sem muito desvelo, em mea culpa,
sem muito gostar.
luto
de ausência e carência,
sem grandes desejos
que possam me justificar.
luto
de negro infinito,
em pranto escondido,
de lágrimas estiadas,
de silêncio profundo.
luto
a morte não pranteada,
de choro contido,
entristecido, porém reprimido,
sem tempo de pesar.

luto
para não mais lutar.